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Uso de paracetamol na gestação: Novo estudo não encontra evidências de relação com autismo ou TDAH

  • Foto do escritor: gustavogleria
    gustavogleria
  • 11 de nov.
  • 3 min de leitura

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Revisão publicada no BMJ reforça a segurança do medicamento e aponta fragilidade das evidências que sugeriam associação entre o uso do medicamento e autismo ou TDAH.


Contexto e escopo da revisão

Um estudo publicado em 10 de novembro de 2025 pelo British Medical Journal (BMJ) promoveu a avaliação mais completa até agora da relação entre o uso de Paracetamol (acetaminofeno) durante a gravidez e o surgimento de Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) entre os filhos. Os autores reuniram nove revisões sistemáticas, envolvendo cerca de 40 estudos observacionais, e avaliaram tanto a qualidade das evidências quanto a confiabilidade das conclusões.

Apesar de diversas pesquisas anteriores terem apontado possíveis associações entre a medicação e transtornos do neurodesenvolvimento, esta nova análise destaca que a maioria dos estudos carecia de controles adequados para fatores familiares ou genéticos que influenciam o risco, como histórico materno, saúde pré-gestacional e ambiente familiar. 


Principais achados

  • A revisão constatou que a confiança nas conclusões das revisões existentes foi classificada como baixa a criticamente baixa, em grande parte devido à presença de viés, sobreposição de estudos e falta de controle de variáveis de confusão.


  • Embora todas as revisões incluídas tenham relatado alguma associação entre paracetamol maternal e TEA ou TDAH na prole, a maioria alertou que esse achado não comprova causalidade. Quando foram realizados estudos com irmãos (sibling-control), a associação praticamente desapareceu.


  • Qualquer efeito aparente observado após a exposição intrauterina ao paracetamol sobre o autismo e o TDAH na infância pode ser impulsionado por fatores genéticos e ambientais familiares, bem como por fatores de confusão não mensurados.


  • Organismos reguladores importantes, como a European Medicines Agency (EMA) e a Medicines and Healthcare products Regulatory Agency (MHRA), afirmaram que não há evidências suficientes para alterar as recomendações do uso de paracetamol na gravidez. 


  • As evidências existentes não demonstram uma ligação clara entre a exposição intrauterina ao paracetamol e o autismo e o TDAH na prole.


Reações e implicações clínicas

A revisão publicada pelo BMJ representa um avanço importante no entendimento do tema: não há, até o momento, evidências robustas que comprovem que o uso de paracetamol durante a gravidez cause TEA ou TDAH nas crianças. Mesmo assim, a análise destaca que a lacuna em pesquisas de alta qualidade sobre medicamentos na gravidez persiste e deve ser considerada na interpretação de futuros estudos. Para gestantes e profissionais de saúde, a mensagem é de clareza e segurança, com uso criterioso e acompanhamento profissional.

A professora Shakila Thangaratinam, da Universidade de Liverpool , líder do estudo, afirmou: "Com este trabalho, demonstramos que, com base nas evidências atuais, não há uma ligação clara entre o uso de paracetamol por mulheres durante a gravidez e o diagnóstico de autismo ou TDAH em seus filhos. Os resultados devem ajudar os profissionais de saúde a fornecerem orientações baseadas em evidências às mulheres e tranquilizar as mães quanto ao uso de paracetamol durante a gravidez, caso seja indicado."


Para profissionais de saúde, obstetras, ginecologistas, farmacêuticos e clínicos, o resultado reforça que o paracetamol continua sendo uma opção de primeira linha para alívio de dor e febre em gestantes, desde que seja usado na menor dose eficaz e pelo menor tempo necessário, conforme as diretrizes vigentes. Evitar ou postergar tratamento por medo infundado pode expor a gestante e o feto a riscos maiores, como febre alta ou dor persistente.


Relembre o caso

O debate sobre o uso de paracetamol na gravidez ganhou força após declarações do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que associou o medicamento ao aumento de diagnósticos de autismo, sem apresentar evidências científicas. O paracetamol, conhecido por marcas como Tylenol e Panadol, é um dos analgésicos mais usados no mundo e o de escolha durante a gestação, justamente por ter melhor perfil de segurança em comparação com anti-inflamatórios como o ibuprofeno.

Desde então, a comunidade científica tem buscado esclarecer a segurança do fármaco, amplamente utilizado para o controle da dor e da febre em gestantes. O novo estudo do BMJ compila o que há de mais robusto na literatura científica e reforça que, até o momento, não há provas consistentes de relação causal entre o uso de paracetamol e o autismo.

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