Laminina: Terapia inovadora brasileira abre novas perspectivas para reverter lesões medulares em diferentes estágios
- gustavogleria
- há 5 horas
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Desenvolvido em universidade brasileira a partir de proteínas da placenta humana, o medicamento experimental polilaminina apresenta resultados promissores em pacientes com lesões medulares recentes e crônicas.
Pesquisadores brasileiros apresentaram, nesta terça-feira (9/9), a polilaminina, medicamento experimental desenvolvido a partir da proteína laminina, encontrada naturalmente na placenta humana. A substância demonstrou capacidade inédita de estimular neurônios a formar novos axônios, promovendo a recuperação parcial ou total de movimentos em pacientes com lesões recentes ou crônicas na medula espinhal.
Como funciona a polilaminina?
A Polilaminina é um medicamento experimental produzido a partir da proteína laminina, presente naturalmente no corpo. Aplicada na medula espinhal lesionada, atua como uma espécie de suporte estrutural no ponto da lesão, direcionando os neurônios a se reorganizarem e restabelecendo a comunicação entre as fibras nervosas interrompidas, possibilitando a recuperação parcial ou total dos movimentos.
Segundo a bióloga Tatiana Coelho Sampaio, professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e líder do estudo, "é uma alternativa mais acessível e segura do que as células-tronco. Nossos estudos estão em estágio mais avançado, pois as células-tronco possuem imprevisibilidade após a aplicação".
A aplicação experimental é realizada diretamente na coluna vertebral durante procedimentos cirúrgicos já indicados para lesão medular. O ideal é que seja feita nas primeiras 24 horas após o trauma, embora haja evidências de benefícios mesmo em lesões mais antigas.
Protagonismo brasileiro
O projeto teve início em 2007, com a equipe da Dra. Tatiana, e foi incorporado ao laboratório Cristália, em São Paulo, a partir de 2018. A parceria com a UFRJ foi formalizada em 2021. Até o momento, aproximadamente R$ 28 milhões foram investidos em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura, incluindo a planta de biotecnologia onde a polilaminina é produzida.
O laboratório Cristália firmou parcerias com a Santa Casa e o Hospital Municipal de Itapira para a coleta voluntária de placentas, que são utilizadas na produção da Polilaminina. Segundo Rogério Almeida, vice-presidente de P&D do Cristália, “as doações atuais suprem nossa demanda, mas será necessário expandir a base com o aumento da produção”.
Resultados em humanos e animais
O tratamento já foi aplicado em oito voluntários humanos, incluindo um homem de 31 anos vítima de acidente de trânsito e uma mulher de 27 anos lesionada após queda. Em ambos os casos, houve recuperação total ou parcial da movimentação.
Bruno Drummond de Freitas, participante de 31 anos, lembra: "No início, os médicos disseram que eu ficaria em cadeira de rodas para o resto da vida. Depois, que talvez conseguisse andar com muletas. Mas eu nunca perdi a esperança. Um dia, ainda no hospital, mexi o dedão do pé e aquilo foi um choque para todo mundo. A cada semana, eu evoluía mais.".
Hawanna Cruz Ribeiro, atleta paralímpica de rugby, recuperou entre 60% e 70% do controle do tronco, três anos após a queda que a deixou tetraplégica.
Testes em cães e ratos também mostraram resultados rápidos e significativos, incluindo recuperação da marcha e melhora funcional em menos de 24 horas.
Perspectivas e aprovação regulatória
O Cristália aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a fase 1 de estudos clínicos, que incluirá cinco pacientes adicionais. Essa etapa é fundamental para viabilizar o acesso do medicamento a hospitais em todo o país.
Parcerias com instituições como o Hospital das Clínicas da USP e a AACD estão sendo formalizadas para garantir a realização das cirurgias e a reabilitação pós-aplicação.
Segundo Ogari Pacheco, fundador e presidente do Cristália, “Produzir a Polilaminina e disponibilizá-la para hospitais brasileiros colocará o país na vanguarda da medicina. É não só uma conquista científica nacional, mas também a realização de um sonho para médicos como eu, que já testemunharam o sofrimento de pacientes com lesão medular.”.
A expectativa dos pesquisadores é que o medicamento ofereça benefícios em lesões recentes e crônicas, ampliando significativamente as perspectivas de recuperação para pacientes que até hoje não contavam com alternativas farmacológicas efetivas.
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